Onde nada mais existe tu consegues encontrar-me.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Lembras-te


Lembras-te? Daquele dia de Janeiro?
Lembras-te de como me olhaste, de como o teu beijo vulgar na minha face te despertou aquela sensação? De como o toque da tua face me causou algo estranho, que mais parecia pura electricidade?
De como aquela pequena hora passara por entre os dedos da nossa mão como brisa rápida? Eu lembro, lembro-me tão bem desse dia. De como te vi chegar, caminhando lentamente na minha direcção. A medo recuei um passo, sem te aperceberes. Os teus olhos transmitiam alegria, curiosidade, mas medo e um travo a desconfiança, como quem encontra algo que à tanto procura e acabará de encontrar.
Ao teu lado senti o cheiro da tua pele que me provocou. Essa essência virou o meu mundo totalmente ao contrário e fez-me acreditar em sentimentos nunca vividos. A tua voz enquanto me falavas baixinho acompanhava o meu olhar que tinha medo de olhar o teu. A timidez apoderou-se de mim como o sol reflectido na água; por mais que não a quisesse comigo ela não queria deixar de me perseguir, era a minha sombra nesse dia. Lembro-me de todas as coisas engraçadas desse dia, dos risos que provocaste na minha alegria, e sei que também te lembras tão bem deles.
Mas a hora chegou depressa e tive que deixar a minha felicidade contigo. Tive de te deixar ver partir. Com dois beijos na face te despediste de mim, e, novamente, me provocaste com o teu cheiro. Mas tinha a certeza que te voltava a ver, e tu também.
PIPER

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